Herpes Zóster - o que você sabe sobre essa doença

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Abril de 2025

Herpes Zóster

Catapora: "é possível pegar somente uma vez." Você já ouviu essa frase? Acredito que sim. Mas qual é a relação disto com este texto? Vamos retomar mais para a frente e tudo fará sentido.

A palavra zoster é originária do grego e pode ser traduzida como cinto ou faixa, fazendo alusão ao formato das lesões causadas por este tipo específico de herpes. Pelo mesmo motivo, sobretudo antigamente, era comum a denominação de cobreiro, um exemplo das marcas deixadas pelo movimento de zigue-zague de uma serpente.

Boa parte dos mais idosos, mas não apenas, ainda usam essa referência como nome popular. Mas o que mais sabemos sobre o herpes zóster? Como aparece? É possível preveni-lo?

Siga com a gente e entenda as melhores essas e outras questões. Vamos lá?

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Definição de herpes zoster

Imagine-se como uma criança (ou transporte-se de volta para aquela época). Espero que este exercício tenha trazido um sorriso para o seu rosto.

Continuando…

Provavelmente você teve catapora ainda na infância, em algum período entre os 2 e os 8 anos, assim como 90% da população, aproximadamente. Sendo assim, o transmissor do vírus, varicela-zóster, permanece dormente no organismo. Mais especificamente, nos gânglios do sistema nervoso. Podendo então, aparecer reativado como herpes zóster, geralmente a partir dos 50 anos de idade e/ou em situações de baixa imunidade e alguns outros fatores.

Entendi! Basta ter contraído catapora em qualquer idade para estar sujeito ao herpes zóster? Praticamente (a explicação chega logo abaixo). Pois você sabia? Mesmo aqueles que não manifestaram uma infecção viral não são livres. 

Existe o risco apenas de ter qualquer contato com o vírus ao longo da vida. Além disso, algumas pessoas até desconhecem ter contraído a catapora, ora por serem assintomáticas ou mesmo por ter as feridinhas confundidas com picadas de insetos.

Sintomas

Como podemos identificar o herpes zóster? Alguns sinais importantes e comuns:

  • Dores nos nervos (crânio/cerebral e ciático), geralmente acompanhados de formigamento, sensação de sono, pontadas e/ou pressão locais

  • Mal-estar

  • Febre

  • Dores de cabeça

  • Ardor e coceira concentrados

Além das lesões características na pele, situadas com maior frequência no rosto, pontos, região cervical e lombar/sacro, as quais muitas vezes aparecem depois de um ou mais itens da lista acima.

Herpes zoster oftálmico

Esta modalidade pode causar dores e zumbido em um ou ambos os ouvidos, perda de audição, dificuldade para fechar um dos olhos (com maior raridade, prejuízos mais sérios à visão), vertigem e alterações ou perda do paladar. Sem curso regular da vida útil do vírus, a situação tende a se normalizar entre duas a quatro semanas. Em alguns casos, os sintomas e consequências podem durar por um período mais prolongado.

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Transmissão

Já entendemos como pode ocorrer a manifestação do herpes zóster. Mas devo me preocupar com a possibilidade de contágio de pessoa para pessoa? Se estiver com o vírus preciso me isolar? O vírus varicela-zóster, causador do herpes zóster, pode ser considerado contagioso, embora de grau moderado. Quais são os meios de transmissão?

O contato direto com:

  • A pele/lesões/bolhas

  • Secreções corporais como saliva e mucosas em geral, inclusive genitais

  • Objetos como talheres, escova de dentes etc.

Nota: tosse ou espirro pode ser um fator de transmissão, ainda que com menor incidência.

Fatores de risco

Veja o que pode facilitar o surgimento/reativação do vírus:

  • Idade mais avançada

  • Defesas do organismo debilitado

  • Vivenciando o estresse e situações recentes de trauma

  • Histórico de família

  • Estado de fadiga constante

  • Câncer e tratamentos derivados (e outros medicamentos imunossupressores diversos)

  • Diabetes

  • Asma

  • HIV e AIDS

  • Transplantes (recentes) de órgãos

Prevenção

Um estilo de vida saudável sempre está a nosso favor. O vírus atua diretamente e pode encontrar uma brecha quando a imunidade está em baixa, certo? Então obtenha um descanso confortável durante as noites, extraia uma nutrição adequada por meio da alimentação, movimentar e condicionar fisicamente o corpo vai trazer somente benefícios.

Praticando tudo isso, ganhamos também o bônus da boa saúde mental, outro pilar muito importante na prevenção, pois o estresse é uma das possíveis portas de entrada para o herpes zóster.

Nota: fugir das sobrecargas físicas, mentais e emocionais é um bom caminho.

Uma vacina

Existe vacina disponível, até o momento somente na rede privada, contra o herpes zóster. Entretanto, apenas a partir de uma prescrição médica. Visando minimizar os riscos de reativação do vírus, bem como suas possíveis complicações, é inicialmente indicado para idades a partir de 60 anos (além daqueles com contato prévio ao vírus varicela-zoster — catapora) e portadores de deficiências imunológicas.

Um lembrete importante: a vacina contra a catapora, geralmente administrada na infância, pode ser uma barreira específica para o herpes zóster ao longo de muitos anos.

 

Os impactos na qualidade de vida

A infecção pode ser breve e não deixar sequelas. Por outro lado, existe a possibilidade de representar uma série de incômodos durante e após o desaparecimento dos sintomas visíveis.

As feridas e bolhas abertas que se formam são, por muitas vezes, obstáculos para o uso de vestimentas. Como são mais frequentes nas regiões do tórax e costas, tendem a atrapalhar a vida profissional e social.

E a dificuldade para descansar por conta da falta de posições adequadas? Resultante das dores, traz prejuízos para a qualidade do sono. Esta fase já é bastante complicada, inclusive com possíveis manchas no rosto (com alguns quadros de cicatrizes futuras), ocasionando um período provável de isolamento.

Devemos citar também o seguinte: algumas complicações importantes podem persistir. Às vezes durante meses. Ou até por anos. O tipo mais comum (até 30%) é a chamada neuralgia pós-herpética.

Caracterizada por fortes dores, principalmente devido aos nervos afetados, que permanecem por bastante tempo pós-infecção. As inflamações por bactérias oportunistas no local das lesões também são um ponto de alerta; pneumonia, meningite, encefalite, doenças generalizadas, doenças renais, artrite e outras formam um grupo de possíveis consequências mais graves à saúde.

Por fim, os danos visuais e auditivos anteriormente citados, bem como males diversos, por exemplo, queda de placas no sangue.

A ansiedade e o estresse

Aqui temos uma via de duas mãos: viver com ansiedade e estresse é um dos facilitadores para a reativação do vírus do herpes zóster. Quando situações difíceis persistem, a tendência é que os aborrecimentos sejam mais frequentes, certo?

Então, quando o vírus deixa sequelas prolongadas…quem, ou melhor dizendo, o que, pode retornar? Isso mesmo, a ansiedade e/ou o estresse.

Assim, o caminho mais habitual seria afetado pela rotina de trabalho e pessoal:

  • Queda de rendimento e afastamentos

  • Prejuízos para os relacionamentos em todas as áreas

  • Desânimo e falta de foco

Mitos e verdades sobre o herpes zóster

Vamos descobrir (ou fortalecer) mais alguns fatos?

  1. A paralisia pode ser um desdobramento da doença?

Verdade, apesar de raro, quando leva o nome da Síndrome de Ramsay Hunt. Assim, a paralisia facial pode ocorrer, principalmente quando o nervo facial está comprometido. Acredita-se que a paralisia de Bell, que afeta apenas um lado do rosto, pode ser desencadeada pelo vírus, embora ainda não haja uma prova científica robusta.

  1. Apenas idosos podem contrair herpes zóster.

Mito. Conforme vimos, embora seja mais frequente a partir dos 50 anos de idade, até pelo fator de queda gradativa na imunidade, todos estão sujeitos. Pessoas inclusivas, mais jovens, imunossuprimidas.

  1. O vírus responsável por herpes e herpes zóster é o mesmo.

Mito. Não há qualquer relação. O Herpes zóster está relacionado ao vírus causador da catapora (varicela-zóster), enquanto o HSV-1 é atribuído a outros tipos de herpes conhecidos.

  1. O bebê pode contrair o vírus diretamente da mãe, durante a gestação.

Verdade. Trata-se de um desdobramento perigoso, uma vez que pode ocasionar alguns tipos de malformação no feto (síndrome de varicela congênita).

A saúde que você cultiva hoje se tornará mais resistente a infecções futuras. O programa infantil de vacinas é tão importante quanto ao estilo de vida que fortalece seu corpo e sua mente. A boa imunidade do organismo não deve ser vista como um luxo; é para todos, ainda que alguns de nós necessitemos de cuidados específicos para determinadas deficiências.

Para boas e conscientes escolhas, nutra-se de informações valiosas para fazer e utilizar uma medicina de forma preventiva. Pratique hábitos saudáveis ​​e deixe suas defesas em dia! 

“ESTE TRABALHO É EDUCATIVO E NÃO SUBSTITUI AS ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES MÉDICAS”

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